A padronização da beleza é um tema cada vez mais discutido visto que estamos em uma época tomada pela ascensão das redes sociais
Maria Roberta Dias Mendonça Bittencourt
Fonte: medium.com
Em: 21.09.2017
O poder que
a mídia e seus veículos possuem é inegável no nosso cotidiano.
Mesmo não sendo notado por muitos, é totalmente capaz de revolucionar uma
sociedade quando, imensuravelmente, consegue fazer com que toda uma população
mude sua forma de pensar, de se vestir e de se comportar.
Os veículos de mídia, como as revistas, por exemplo, estampam em suas capas e matérias pessoas com corpos raquíticos ou definidos, sem defeitos nenhum. E nós sabemos que a vida real não funciona desse jeito. O que vemos são pessoas comuns, nem sempre magras, exuberantemente bonitas, com imperfeições. Não há photoshop na realidade como há nessa visão midiática de que o belo precisa ser perfeito.
A busca
pelo corpo perfeito sempre será um motivo de cobrança Imagem: observatorio3setor.org.br |
O que podemos notar é que a mídia sugere que o belo só se encontra na juventude, na magreza, na pele e nos cabelos sedosos, nos manequins 34, nos ossos aparecendo como marca do que é extremamente importante para ser feliz. Tudo o que podemos ver nas revistas, nas fotografias, no Instagram, seja onde for, não condiz com o que vemos quando andamos nas ruas, quando nos deparamos com pessoas que não usam a própria vida como porta de entrada para o que a mídia diz ser certo ou não. O que vemos nos meios de comunicação nunca vão condizer com o que é o real. Mas, com essa influência exercida sobre a cabeça das pessoas, os veículos de comunicação criam um desejo nas pessoas, de que elas deixem de se amar como são para crerem que só serão bonitas se forem como as pessoas das capas de revista.
As mulheres, com esse desejo assíduo de
mudarem o que são, acabam criando problemas muito maiores do que só o desejo de
mudança. Grande parte desenvolve a depressão, são vítimas de transtornos
alimentares e transtornos psicológicos. As tarefas do dia-a-dia acabam se
tornando cada vez mais difíceis, pois são feitas com menos tempo. Fixa-se na
cabeça de que enquanto o reflexo do espelho não condizer com que é visto na
mídia, a vida não é boa o suficiente para ser vivida. Depois de anos atrás de
liberdade, as mulheres se aprisionam dentro de si mesmas, o que é muito mais
triste do que qualquer outra prisão.
As pessoas nunca estarão satisfeitas com sua aparência Imagem: blog.nadarte.com |
Vemos todos os dias surgirem novos
produtos de emagrecimento: pílulas, sucos, comidas diet, light e zero, shakes,
aparelhos de academia para se exercitar em casa, academias com propostas
inovadoras, aplicativos com vídeos de exercícios pra se fazer onde estiver,
revistas cheias de dietas que prometem emagrecer em poucos dias, cosméticos,
cirurgias plásticas, redução de estômago, entre tantas outras coisas que nos
deparamos todos os dias.
“O padrão inatingível de beleza
amplamente difundido na tv, nas revistas, no cinema, nos desfiles, nos
comerciais penetrou no inconsciente coletivo das pessoas e as aprisionou no
único lugar em que não é admissível ser prisioneiro: dentro de si mesmas. Tenho
bem nítida na mente a imagem de jovens modelos que, apesar de supervalorizadas,
odiavam seu corpo e pensavam em desistir da vida. Recordo-me de pessoas
brilhantes e de grande qualidade humana que não queriam frequentar lugares
públicos, pois se sentiam excluídas e rejeitadas por causa da anatomia do seu
corpo” (CURY, 2005, p. 6).
Essa busca descontrolada pela beleza já
causou muitas mortes. A vontade de ser aceito pelo o que a mídia determina se
tornou algo quase inatingível devido a sua imensa influência com a cabeça da
população. É preciso estar atento e valorizar o que nós somos de verdade, como
seres humanos. Gostarmos de nós mesmos, ter autoconhecimento e nunca esquecer
que o corpo humano é frágil e necessita de cuidados. É importante se amar o
bastante para saber encontrar o equilíbrio das coisas. A vida precisa de
caminhos sem grandes inquietações, sem muitos exageros. É preciso buscar dentro
de si o que é o mais importante: amor próprio, é preciso compreender que temos
que estar bem conosco, e entender que os padrões de beleza impostos pela mídia
são enganosos.
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